domingo, 23 de janeiro de 2011

Educação e inclusão

Durante muito tempo na sociedade o entendimento de conceitos como deficiência e insanidade convergiam na mesma direção, diminuindo as expectativas de avanços nesse sentido. Nada se argumentava ou questionava a respeito, o indivíduo portador de algum tipo de impedimento físico, intectual ou sensorial estava subjugado a viver como um incapaz.

A sociedade atual dispõe-se a uma discussão mais profunda no que se refere às questões que permeiam uma educação mais objetiva tendo em vista a necessidade de uma pauta de análise de conceitos que envolvam diretrizes que acenam para uma realidade mais próxima do cotidiano de cada indivíduo independentemente de suas especificidades

Vivenciamos através de políticas públicas um momento de saída da obscuridade, é possível reunir em um debate questões como acessibilidade e educação inclusiva. A partir da institucionalidade da Educação Especial e da legalidade dos direitos garantidos pela Lei de Diretrizes e Bases, vimos que é viável arcar com mudanças de entendimento e práticas vislumbrando tornar imediato reconhecer como cidadãs as pessoas portadoras de necessidades especiais.

Dentro do espaço escolar vimos que as distâncias impetradas pelo preconceito de décadas na história da deficiência estão se encurtando, a Lei de Diretrizes e Bases deixa claro que a educação especial deve ocorrer preferencialmente no ensino regular, dando início a um desafio muito grande ao professor que é o de buscar o aperfeiçoamento para conseguir atender em um mesmo espaço alunos com deficiências diferenciadas e alunos sem nenhum tipo de deficiência.

A escola hoje abriu suas portas para projetos de inclusão e a partir dessa iniciativa observou-se que a educação está muito mais próxima da vivência e das necessidades da sociedade, mas ainda é preciso que continue ocorrendo mudanças. Infelizmente o preconceito e a intolerância ainda fazem parte de práticas pedagógicas e presenciamos professores que relutam em aceitar ou a se dispor a ensinar um aluno com deficiência alegando a falta de recursos pedagógicos apropriados.

A educação especial realmente requer a utilização de tecnologias assistivas e nossas escolas ainda estão se estruturando nesse sentido. O espaço físico na maioria delas não é apropriado, faltando adequações de mobílias e de acessibilidade que permitam ao aluno portador de deficiência segurança e conforto para realizar as atividades propostas pelos professores e que permitam o livre acesso em todos os ambientes pedagógicos garantindo de fato uma educação inclusiva.

Texto Micheline Banhos