segunda-feira, 20 de dezembro de 2010


A inclusão através da Educação Especial e do Atendimento Educacional Especializado só ocorrerá de fato se a escola estiver apta a receber os educandos com deficiência com uma reestruturação física, profissional e mudando paradigmas impostos pela sociedade.

O professor da sala de recursos multifuncionais deve estar em consonância com o professor da sala de aula comum, para que o aluno com deficiência possa aproveitar ao máximo os recursos didáticos-pedagógicos utilizados, o que deve resultar no seu desenvolvimento cognitivo e social.

No caso da deficiência visual e suas especificidades como a cegueira legal, a escola deve fornecer ao professor os meios mais simples e adequados para se chegar a uma diagnose e que possa ocorrer um trabalho conjunto com outros professores para a elaboração de atividades com esses alunos como: trabalhar a audição e a fala através de software educativos.

A deficiência auditiva é o termo usado para as pessoas com perda total ou parcial da audição, neste caso deve ser desenvolvida a habilidade sensorial do aluno tentando estabelecer a comunicação com esse aluno, um dos recursos que pode ser utilizado é a Libras.

A pessoa surdocega necessita de um atendimento educacional especializado que possa atender as suas especificidades garantindo a potencialidade nas atividades desenvolvidas por elas, para tanto é preciso uma diagnose completa para identificar os níveis de desenvolvimento intelectual, físico e social em que se encontra essa pessoa.

As primeiras possibilidades de intervenção no processo educacional que levem a grandes conquistas neste setor para as pessoas surdoscegas é considerar que todo ser humano é constituído de uma história e de condições sociais, por tanto se há possibilidades de ascensão a essas pessoas estão as barreiras devem ser ultrapassadas. O que deve ser garantido as pessoas surdocegas é o acesso às oportunidades igualmente para qualquer outra pessoa, somente desta forma poderá ocorrer a inclusão social.

Para que os alunos surdoscegos possam ter acesso à educação inclusiva é necessário levantar alguns pontos como, a formação continuada do profissional que irá desenvolver atividades com esses alunos, portanto ele deve estar apto para planejar e executar atividades que favoreçam os aspectos sensoriais e perceptivos, orientar a locomoção entre outros.

Manter uma comunicação com alunos com deficiência é o primeiro passo para que se estabeleça um começo para a realização das atividades didático-pedagógicas adequadas para o desenvolvimento cognitivo e social desses alunos.

Em relação aos educandos com múltiplas deficiências, um dos grandes desafios da escola é mediar o conhecimento, pois são necessários recursos e metodologias específicas que permitem acesso ao que é trabalhado em sala de aula.

As múltiplas deficiências caracterizam-se pela associação de duas ou mais deficiências, seja de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social( MEC, 2004,p.11). Relacionado a isso está o sujeito como ser histórico, com uma identidade e com uma realidade vivenciada de forma peculiar. O professor deve estar atento a esses fatores para poder fazer uma leitura aproximando-se da melhor forma das habilidades desse educando. Outro ponto a se destacar é a participação da família desse educando para garantir um atendimento integrado auxiliando no seu desenvolvimento.

Podemos destacar alguns recursos como software, adaptadores para lápis/caneta, cadernos com pautas maiores, etc. Todos esses recursos devem levar em conta as peculiaridades e as potencialidades de cada educando com deficiência.

Quanto à deficiência física podemos caracterizá-la como alterações que podem comprometer a função física do educando . Conforme Kirk (2000) a condição de deficiência afeta o bem-estar do aluno, desta forma a Educação Especial a partir do AEE pode promover o desenvolvimento tanto físico quanto cognitivo desse educando. Junto a isso estão as adaptações de mobilha e parte física como rampas e barras de mão nas paredes facilitando a acessibilidade por toda a escola, não limitando o aluno com deficiência física a alguns espaços pedagógicos. .

O trabalho realizado nas salas de recursos tem mostrado um grande desenvolvimento de atividades que envolvem cada vez mais os educandos com deficiência com os demais alunos da escola, pois afirma e dá condições para que o aluno com deficiência possa participar também da construção do conhecimento.


MICHELINE BANHOS



sábado, 27 de novembro de 2010

INTERAÇÃO DE MÍDIAS NA ESCOLA

O espaço da sociedade atual é a materialização de uma série de descobertas e transformações que proporcionaram novas tendências comportamentais e intelectuais. O homem ao mesmo tempo que torna-se descobridor de novas fontes de tecnologia e altera sua relação com o meio em que vive, torna-se um produto desse processo.

A escola nesse âmbito é o palco da produção e reprodução dessas descobertas, é o espaço onde o fazer tecnológico deve por excelência gerar novas expectativas e proporcionar cada vez mais a investigação e a necessidade de renovação do saber. Nesse processo os atores que configuram esse espaço de iniciativas devem trilhar caminhos que levem a integração dos espaços pedagógicos como forma de desenvolver plenamente técnicas que venham culminar com a utilização das mídias como alternativa de aproximar os educandos da realidade que os assiste.

As mídias proporcionam no ambiente escolar o interesse pelo fazer de uma forma nova e interessante, pois apresentam um legue de prerrogativas que fornecem ao professor um campo vasto e rico de metodologias que podem desenvolver conteúdos programáticos buscando a realidade do aluno e o mais cativante ainda é a participação excessiva dos alunos em trabalhar assuntos que muitas das vezes tinham um grau muito grande de dificuldades e tornam-se mais compreensivos.

Quando há a aproximação dos conteúdos programáticos com a realidade do aluno ou quando este sabe o que fazer com tanto conteúdo ou ainda quando este se torna um investigador e transformador de sua própria realidade, certamente os resultados desses processos para a sociedade é mais evidente de uma forma positiva do que tornar este aluno um mero consumidor de tecnologias.

Tendo em vista os avanços tecnológicos, a escola não pode deixar, em hipótese alguma, de proporcionar ao educando os caminhos que o levarão a construção de um conhecimento consolidado com o cotidiano da atualidade. Caso contrário o ambiente escolar estaria transformando esse aluno em um excluído digital e se tornando um espaço pouco atrativo e alheio às transformações da modernidade.

A informática significa um mundo novo, cheio de descobertas e de conhecimentos, é um leque de informações e atualizações que faz com que lugares distantes e de realidades distintas se aproximem em uma velocidade imediata, daí a sua importância na troca de informações e também apresenta um magnetismo muito grande que nos atrai por sempre apresentar algo de novo.

A educação hoje deve impreterivelmente estar envolvida nesse contexto informacional e captar cada vez mais as mudanças ocorridas no cotidiano da sociedade atual para que não se torne desatualizada e consiga envolver o aluno nessa gama de descobertas e, mais ainda, que ele aprenda a utilizar cada vez mais as tecnologias para o seu desenvolvimento como cidadão.

A informática na educação deve ser utilizada como recurso metodológico para fins de pesquisas, atualizações, publicações de trabalhos e fomentar o ideal de aprimoramento das atividades, dessa forma nossos alunos se aperfeiçoam e interagem com o mundo a sua volta.

O uso da informática na educação é atualmente um elemento primordial para que o conhecimento seja construído de forma dinâmica, para que consigamos acompanhar a instantaneidade dos acontecimentos que envolvem a realidade social. Todos os recursos em programas educacionais devem ser utilizados como metodologia para aproximar cada vez mais o aluno desse mundo virtual.

Não podemos nos tornar alheios a essa realidade virtual, a cada dia devemos sugar as informações e usá-las na construção do bem-estar da sociedade sem retaliações de classes sociais ou de acesso a esse meio informacional. A informática na educação deve chegar para todos, para que realmente faça parte do processo de ensino e aprendizagem e construa o aluno cidadão.

Texto: Micheline Banhos

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

INCLUSÃO DIGITAL - ABRIGO JOÃO PAULO II
CURSO MINISTRADO PELA PROFª MICHELINE BANHOS

No último dia 7 de outubro ocorreu a Cerimônia de Certificação dos alunos residentes do Abrigo João Paulo II que concluíram o curso de Inclusão Digital ministrado por mim. Durante o evento alguns alunos deram seu depoimento relatando a importância do curso para o aprendizado e que eles estavam se sentido muito felizes por estarem participando de um evento onde eram os personagens principais.
Segundo os relatos o curso foi muito bom porque eles conseguiram aprender um pouco mais sobre o computador e também conseguiram identificar as letras no teclado e até formar algumas palavras o que não conseguiam fazer somente o caderno.
O interesse em aprender foi tanto que fez com que eles ultrapassassem as barreiras da doença que os acomete, a hanseníase. Muitos iam para as aulas de informática com dores nas pernas ou nas mãos, pois são os membros mais atingidos pela doença, outra dificuldade vencida foi a visão que em muitos é afetada pela forte e constante uso de medicação para tentar amenizar as sequelas da hanseníase.
Um outro problema enfrentado foi a ausência de tecnologias assistivas que em muito dificultou o desempenho, principalmente dos alunos que possuem "mãos de garra", ou seja, não têm os movimentos completos dos dedos ou até mesmo não têm mais os próprios dedos das mãos.
A alternativa foi trabalhar com a criatividade e utilizar lápis e caneta para substituir os movimentos dos dedos, para poder ensiná-los a digitar.
Apesar de todas as dificuldades conseguimos superar as barreiras e o curso chegou ao final com dez alunos sendo certificados, os demais (08) não conseguiram finalizar o curso porque a doença já num estágio muito avançado foi mais impiedosa e os acometeu de depressão e outras sequelas mais.
Uma batalha foi vencida e é apenas o começo de uma longa jornada a que todos estão convidados a prosseguir, pois que a vontade de continuar e a perseverança dos alunos residentes do Abrigo João Paulo II sirva de lição de vida a todos aqueles que desistem muito facilmente da caminhada, por estarem cansados do trabalho do dia-a-dia ou por problema pessoais, mas que têm seu corpo intacto sem perda de movimentos ou de visão e mesmo assim acham mais fácil desistir.

Minha gratidão a todo o corpo de funcionários do Abrigo e às professoras Ana Rita Fontes, Márcia Quaresma e Alexandra Moura, pela parceria e luta incessante compartilhada durante o curso.

Aqui deixo meus agradecimentos e respeito a todos os meus alunos residentes, do Abrigo João Paulo II os que concluíram um grande abraço e aos que não conseguiram chegar até o fim deixo minha mão estendida para que possa ajudá-los na caminhada.

Um grande abraço a todos.




segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Um acontecimento importante...




No último dia 17, estive apresentando no I Encontro de Professores de Sala de Informática do Estado do Pará, o projeto "Inclusão digital para portadores de hanseníase do Abrigo João Paulo II - Marituba - Pará".
Foi muito importante a apresentação desse projeto para que se possa levantar várias questões e posicionamentos sobre a utilização das TICs no processo de inclusão digital e de alfabetização para pessoas com necessidades especiais, adquiridas a partir do desenvolvimento da doença de hanseníase, sendo esta uma enfermidade que provoca deformidades físicas e problemas psicológicas, além de durante um longo período, na história desse estado, ter condicionado várias pessoa a ficarem à margem do processo educacional, sem ter qualquer tipo de acesso aos meus institucionais de ensino e muito menos ao mundo digital.
Este quadro está mudando com a chegada de computadores no Abrigo João Paulo II, o que tem provocado nos residentes à necessidade e a possibilidade de resgatar a confiança e a vontade de aprender com as máquinas.
Os residentes do Abrigo em muito têm me ensinado em relação a superação de dificuldades, que não são passageiras, mas que não impedem que eles tenham curiosidade e expectativa em aprender com esse mundo digital.
Esse curso tem provado que as TICs podem estar presentes em todos os lugares colaborando no processo de ensino-aprendizagem, independentemente do grau de
dificuldade do aluno, favorecendo a disseminação das tecnologias em prol de uma educação atual e inovadora.

Texto: Micheline Banhos

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Falando um pouco sobre Alfabetização...

Para Paulo Freire em seu livro "Alfabetização leitura do mundo, leitura da palavra", discutir o processo de alfabetização como a desalienação de um povo é a libertação de pensamentos e ações que antes são comandados pelas classes dominantes. Freire destaca nesta obra a importância de aprender a ler e escrever para que possam ocorrer as transformações no espaço e que esse processo deve ser encarado com toda a sua magnitude, porque mesmo sabendo ler e escrever o povo ainda é um analfabeto por se deixar levar pela classe dominante e não reclamar por seus direitos, principalmente pelo direito de controlar seu próprio caminho através da interpretação da realidade que o cerca. A partir do momento em que passamos a exercer a alfabetização, nos emancipamos social e culturalmente.
Vivemos em uma sociedade onde impera o conhecimento, a descoberta de novas experiências, novas técnicas. Imaginem um analfabeto diante de tudo isso. Como iniciar uma leitura se já reduzimos nossa vida a controles remotos, a manuais que não dizem nada. Como iniciar um analfabeto em um mundo virtual, se ele ao menos consegue diferenciar o B do D.
Daí a questão do analfabetismo significar o domínio de fato de uma sociedade, pois como explicar que em plena revolução digital ainda temos pessoas que não sabem pronunciar se quer seu nome corretamente. Isso significa atraso cultural e social para uma civilização pós-moderna.
Para Freire (2006) " a noção de analfabetização precisava alicerçar-se num projeto ético e político que dignificasse e ampliasse as possibilidades de vida e de liberdade humana".

Pensem nisso...


Texto Micheline Banhos

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

DISCUSSÃO...

EXPERIÊNCIAS DE INFORMÁTICA EDUCATIVA NO MUNICÍPIO DE BELÉM: UM QUADRO INICIAL DE DIAGNÓSTICO
Benedito de J. Pinheiro Ferreira

Resumo: Este artigo apresenta resultados iniciais de uma pesquisa visando dignosticar a situação da informática educativa no município de Belém(PA). Esse diagnóstico foi feito tendo-se como base um conjunto de critérios propostos para planejamento e a avaliação de experiências em informática educativa. Entre os resultados apresentados pode-se destacaro contraste entre a rede pública e a privada e o baixo investimento na formação docente para essa atividade.

Palavras-Chave: tecnologias educacionais; políticas educacionais.Link

http://www.br-ie.org/pub/index.php/rbie/article/viewFile/61/51

domingo, 29 de agosto de 2010

Inclusão Digital e Alfabetização - Abrigo João Paulo II
NTE Belém Profº Mário Thomaz e Programa Prosseguir

Teve início no dia 12/08/2010 e prossegui até o dia 22/09/2010 o curso de Inclusão Digital para os alunos da escolinha de Jesus do Abrigo João Paulo II, que faz parte do Programa Prosseguir. O curso está sendo ministrado pela professora Micheline Banhos (NTE Belém Profº Mário Thomaz) com a colaboração das professoras Ana Rita Fontes, Márcia Quaresma e Alexandra Duarte (Programa Prosseguir) e consiste em conteúdos de informática básica associados aos conteúdos de Alfabetização, Artes e Educação Física, ou seja, ao mesmo tempo em que os alunos estão aprendendo informática estão desenvolvendo, também, atividades das disciplinas regulares, principalmente se alfabetizando através do computador. São utilizados entre os recursos o editor de texto no qual os alunos podem teclar e conhecer as letras, dando ênfase à leitura de pequenos textos produzidos por eles.
Em relação à disciplina Artes eles irão aprender a acessar a internet e buscar o conhecimento sobre pintura, imagens, formas, cores e até mesmo visualizar obras de autores famosos do Brasil e outros países . Em Educação Física irão aprender sobre o corpo, através de pesquisas buscando melhorar seus hábitos para adquirir qualidade de vida.
Este é um projeto idealizado pelo NTE Belém profº Mário Thomaz em parceria com o Programa Prosseguir, visando a utilização das tecnologias de informação e comunicação no processo de ensino para alunos hansenianos com dificuldades motoras, cognitivas e psicológicas em virtude das sequelas deixadas pela doença, mas que muito têm demostrado interesse em aprender e fazer parte desse mundo digital, mostrando que nada é impossível apesar das dificuldades.

Imagens:




quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Projeto : Alfabetizando no computador
Este presente projeto está sendo colocado em prática no Abrigo João Paulo II, onde moram pessoas que enfrentam as sequelas de Hanseníase, mas que estão dando um exemplo de vida em ter vontade de aprender informática e fazer parte desse mundo digital em que eles estão inseridos.
Segue abaixo o projeto:

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE, INCLUSÃO E CIDADANIA

COORDENAÇÃO DE TECNOLOGIA APLICADA À EDUCAÇÃO

NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL PROFº MÁRIO THOMAZ


CURSO DE INTRODUÇÃO À INFORMÁTICA PARA ALUNOS PACIENTES DO ABRIGO JOÃO PAULO II-PROGRAMA PROSSEGUIR

MINISTRANTE DO CURSO:

PROFESSORA MICHELINE BANHOS-NTE BELÉM PROFº MÁRIO THOMAZ

PROFESSORAS COLABORADORAS: ANA RITA FONTES DA SILVA, ALEXANDRA MOURA DUARTE E MÁRCIA QUARESMA RIBEIRO-PROGRAMA PROSSEGUIR-SEDUC

LOCAL: ABRIGO JOÃO PAULO II

1-APRESENTAÇÃO:

O Abrigo João Paulo II atende aproximadamente 140 idosos portadores de deficiências físicas em decorrência da hanseníase, são ex-internos da Colônia de Marituba. Eles recebem auxílio ambulatorial, além de serem atendidos por uma equipe multiprofissional, formada por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, professores, entre outros.

O Programa Prosseguir atende atualmente, 18 pacientes residentes que vivem no Abrigo, eles recebem através do programa aulas de alfabetização.

O Programa Prosseguir recebeu da Secretaria de Educação do Estado do Pará 9 netbooks que estão sendo utilizados durante as aulas como ferramentas pedagógicas, permitindo que esses pacientes tenham contado com o mundo digital, a maioria deles estão tendo a proximidade, pela primeira vez, com essa forma de tecnologia.

O Núcleo de Tecnologia Educacional Professor Mário Thomaz atua junto aos professores do Programa Prosseguir promovendo cursos de formação continuada e assessoramento quanto à utilização das tecnologias como ferramentas pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem.

2-PÚBLICO ALVO:

18 alunos residentes atendidos pelo Programa Prosseguir no Abrigo João Paulo II

3-OBJETIVO:

Promover a inclusão digital 18 alunos residentes do Abrigo João Paulo II, atendidos pelo Programa Prosseguir

4-JUSTIFICATIVA:

O Abrigo João Paulo II recebeu como doação da Secretaria de Educação do Estado do Pará 9 netbooks que estão sendo utilizados nas aulas do Programa Prosseguir, porém os pacientes do abrigo estão tendo neste momento os primeiros contatos com essa tecnologia. Em virtude disso, surgiu a necessidade de um curso de introdução à informática para que seja viabilizada a inclusão digital desses pacientes.

A chegada das máquinas no Abrigo representa a descoberta de um mundo totalmente novo para os alunos residentes, pois até então eles não tinham tido oportunidade de acesso à essa tecnologia, devido o fato de serem na maioria remanescentes das famílias carentes que vivem nas proximidades do Abrigo ou são pessoas que viveram ali na época da existência da Colônia de Marituba, espaço este que abrigava as pessoas portadoras de hanseníase na década de 80.

A idade desses alunos residentes varia entre 40 a 80 anos, mas a vontade de aprender é constante, eles ficam maravilhados quando conseguem utilizar algum aplicativo do sistema, como o editor de texto, que está sendo usado para alfabetizá-los. Mas, o fato de que eles não sabem manusear a máquina tem dificultado o desenvolvimento das atividades pela professora da escola.

A necessidade de uma formação introdutória de informática agilizará esse processo de ensino e aprendizagem tendo em vista que a inclusão digital permitirá que eles possam estar desenvolvendo outras atividades nas máquinas o que estará ajudando nas etapas de desenvolvimento do cognitivo desses alunos.

Apesar de alguns deles serem excluídos durante muito tempo do convívio da sociedade e alguns renegados pela família em virtude da doença, os alunos residentes do Programa Prosseguir têm muita vontade de aprender e fazer parte desse mundo digital, o que será possibilitado através do curso de Introdução à informática, que será ministrado pela multiplicadora Micheline Banhos do Núcleo de Tecnologia Educacional Professor Mário Thomaz, com a colaboração das professoras Ana Rita Fontes da Silva, Alexandra Moura Duarte e Márcia Quaresma Ribeiro do Programa Prosseguir.

5-CRONOGRAMA:

INÍCIO:

Agosto

TÉRMINO:

1º Quinzena de Setembro

6-ESTRUTURA DO CURSO:

O curso ocorrerá em dois dias da semana (quintas e sextas-feiras) no horário de 9h às10h durante os mês de agosto e 1ª quinzena de setembro. Será dividido em três módulos, totalizando uma carga horária de 16 horas.

O conteúdo a ser ministrado acompanhará as aulas de alfabetização, sendo utilizados os aplicativos necessários para o desenvolvimento especificamente que irá auxiliar nas atividades desenvolvidas pelas professoras do Programa.

Para a realização do curso serão utilizados os netbooks que foram doados ao Abrigo pela Secretaria de Educação do Estado do Pará.


7-CONTEÚDO DO CURSO

1º MÓDULO:

-INTRODUÇÃO:

Texto sobre a importância das tecnologias no mundo atual

1-CONHECENDO O COMPUTADOR

1.2-Periféricos de entrada e saída

1.3-Funções dos periféricos

2-SISTEMA OPERACIONAL

2.1-Conceito

3-UTILIZANDO OS PERIFÉRICOS

3.1-COMO UTILIZAR O TECLADO

3.2-VAMOS USAR O MOUSE

2º MÓDULO:

1-CONHECENDO A ÁREA DE TRABALHO

1.1- ÍCONES E ATALHOS

2-EDITOR DE TEXTO

2.1- BARRAS DE FERRAMENTAS

2.2- VAMOS DIGITAR

2.3-FORMATAR E SALVAR O DOCUMENTO

3º MÓDULO:

1-PESQUISANDO NA INTERNET

1.1-ABRINDO PÁGINAS NA INTERNET

1.2-SELECIONANDO CONTEÚDO COM SEGURANÇA NA WEB

Além de conteúdos de Português, Matemática, Arte e Ed. Física


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O computador como ferramenta no processo de alfabetização: O caso dos hansenianos do Abrigo João Paulo II



1. Definição e caracterização do problema (teórico e/ou prático)

De que forma a utilização de recursos como o editor de texto, busca de imagem na internet e a sonoridade das sílabas podem ajudar no processo de alfabetização de pacientes portadores de hanseníase?

Como o interesse em utilizar o computador pode despertar a vontade de estudar nos portadores de hanseníase?

Como trabalhar um conteúdo curricular das séries iniciais utilizando uma aula de introdução à informática?

2. Objetivo principal

- Identificar de que forma a inclusão digital pode ajudar no processo de aprendizagem de ler, escrever e contar de portadores de hanseníase.

3. Objetivos específicos

- Identificar como o editor de texto, a busca de imagem do cotidiano na internet e a sonoridade das sílabas pode contribuir para que portadores de hanseníase possam conhecer e identificar as letras do alfabeto e os números;

- Analisar como o contato com o computador pode influenciar no interesse dos alunos pelas aulas de alfabetização;

- Verificar como a inclusão digital pode contribuir para a qualidade de vida desses alunos portadores de hanseníase.

4. Conteúdos curriculares e disciplinas envolvidas

Os conteúdos curriculares serão o de informática básica em consonância com o conteúdo de alfabetização e Matemática das séries iniciais.

As disciplinas envolvidas são Informática, Língua Portuguesa e Matemática.

Conteúdos Curriculares:

- Conhecendo o computador

- Utilizando o teclado: identificando as letras e os números no teclado

- Praticando a digitação: digitando sílabas, formando palavras e fazendo cálculos básicos de Matemática.

- Pesquisando na Internet: busca de imagens que representem o cotidiano dos alunos pacientes portadores de hanseníase. Relacionar a palavra com a imagem do objeto pesquisado na internet.

- Pesquisar na Internet o som das letras e dos números: músicas, pessoas falando os numerais ou as sílabas de palavras simples.


Por Micheline Banhos

sábado, 14 de agosto de 2010

Uma conversa sobre acessibilidade...

Segundo dados do IBGE (2000) no Brasil existem aproximadamente 24,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência e durante muito tempo essas pessoas eram consideradas incapazes de exercer qualquer tipo de atividade, principalmente as que exigiam locomoção. Com o passar dos anos as discussões começaram a surgir sobre o assunto e com o advento das tecnologias houve uma evolução, mesmo que tardia, sobre o entendimento de que essas pessoas podem e devem exercer atividades normais no seu dia-dia, desde que sejam criadas condições físicas para isso.
O primeiro entendimento começou a surgir a partir da década de 60 e atualmente houve um avanço muito grande nesse sentido, garantindo direitos básicos de locomoção a essas pessoas, com base no direito de ir e vir de todo cidadão, pois o passo inicial para as mudanças de ações sobre o tema da deficiência foi a conscientização da sociedade de que os portadores de deficiência física ou mental são cidadãos e têm os mesmos direitos de inclusão como qualquer outra pessoa considerada normal.
Com a criação de termos como acessibilidade, ajuda técnica e desenho universal criou-se várias possibilidades de fazer com que os espaços essenciais à qualidade de vida dos portadores de deficiência como a escola, o local de trabalho, a casa onde moram, as ruas, pudessem dispor de condições de deslocamento, garantindo que esses espaços se tornassem inclusivos, eliminando todo e qualquer tipo de barreiras para a acessibilidade.
A partir das discussões e do entendimento sobre as deficiências foi possível identificá-las através do Decreto 5296, da seguinte forma: deficiência física, mental, auditiva, visual e múltiplas. Fato esse que possibilitou as Tecnologias Assistivas identificar quais as técnicas e equipamentos que podem ser aplicados para cada situação a que se expõe um portador, facilitando seu desempenho.
Devemos ter evidentemente, consciência que as tecnologias assistivas somente poderão permitir a inclusão social das pessoas portadoras de deficiência se aplicadas corretamente, trazendo ao portador uma sensação de tranquilidade e conforto para que possa desenvolver com segurança e determinação atividades físicas e intelectuais propostas a ele. Para tanto não é suficiente apenas equipar e estruturar o espaço físico, é preciso juntamente trabalhar a conscientização das pessoas para que os portadores de deficiência possam se sentir bem acolhidos e não rejeitados ou incapazes. O diálogo e as discussões nesse sentido são fundamentais para que a inclusão ocorra plenamente.

“ Inclusão é uma consciência de comunidade, uma aceitação das diferenças e uma co-responsabilização para atender às necessidades de outros.”
Stainback e Stainback, 1990

Inclusão Digital e Alfabetização - Abrigo João Paulo II

NTE Belém Profº Mário Thomaz e Programa Prosseguir

Teve início no dia 12/08/2010 o curso de Inclusão Digital para os alunos da escolinha de Jesus do Abrigo João Paulo II, que faz parte do Programa Prosseguir. O curso está sendo ministrado pela professora Micheline Banhos (NTE Belém Profº Mário Thomaz) com a colaboração das professoras Ana Rita Fontes, Márcia Quaresma e Alexandra Duarte (Programa Prosseguir) e consiste em conteúdos de informática básica associados aos conteúdos de Alfabetização, Artes e Educação Física, ou seja, ao mesmo tempo em que os alunos estão aprendendo informática estão desenvolvendo, também, atividades das disciplinas regulares, principalmente se alfabetizando através do computador. São utilizados entre os recursos o editor de texto no qual os alunos podem teclar e conhecer as letras, dando enfase à leitura de pequenos textos produzidos por eles.

Em relação à disciplina Artes eles irão aprender a acessar a internet e buscar o conhecimento sobre pintura, imagens, formas, cores e até mesmo visualizar obras de autores famosos do Brasil e outros países . Em Educação Física irão aprender sobre o corpo, através de pesquisas buscando melhorar seus hábitos para adquerir qualidade de vida.

Este é um projeto idealizado pelo NTE Belém profº Mário Thomaz em parceria com o Programa Prosseguir, visando a utilização das tecnologias de informação e comunicação no processo de ensino para alunos hansenianos com dificuldades motoras, cognitivas e psicológicas em virtude das sequelas deixadas pela doença, mas que muito têm demostrado interesse em aprender e fazer parte desse mundo digital, mostrando que nada é impossível apesar das dificuldades.

Texto Micheline Banhos

Para refletir...

A aprendizagem através do computador tem sido uma questão muito debatida na sociedade atual, metodologias tradicionais relutam em admitir que o processo de aprender a ler, escrever e contar não pode ser realizado no computador, pois para tanto seria necessário primeiramente um conhecimento de informática e como isso seria possível se o aluno ainda não sabe ler. Acredito que o computador possui ferramentas que favoreçam essa realidade. Atualmente o computador tem proporcionado ao professor um campo de atividades que podem auxiliar no desenvolvimento e na prática de métodos avançados de ensinar, não somente a escrita para quem não sabe ler, mas também para fazer com que os alunos deixem de ser analfabetos digitais, aprendendo também a interpretar e resolver questões de matemática, física, inglês e porque não geografia, história e outras mais. Pois, nossos alunos mesmo sabendo ler e escrever, ainda são analfabetos nas demais disciplinas porque não sabem pesquisar, selecionar conteúdos importantes e outros processos mais que fazem parte de um aprendizado.
Por esse motivo devemos incentivar que nossas escolas utilizem cada vez mais o computador no processo de ensino e aprendizagem para que nossos alunos deixem ser analfabetos e possam interpretar sua própria realidade.

Por Micheline Banhos