segunda-feira, 9 de maio de 2011




Software promove inclusão digital e social


Alunos e pesquisadores buscam maneiras de
aperfeiçoar o programa de reconhecimento de voz








Ao longo do último século, a espécie humana evoluiu tecnológica e cientificamente muito mais do que havia evoluído em toda a sua história. E, assim como mudaram os objetos de pesquisas, também mudaram métodos, materiais e motivações. Hoje, uma das grandes bandeiras da ciência é promover a inclusão tecnológica e social. Pensando nisso, o Laboratório de Processamento de Sinais (LaPS) da Universidade Federal do Pará (UFPA), sob coordenação do professor Aldebaro Klautau, desenvolveu o Coruja Navigator: um software de reconhecimento de voz para ser utilizado em computadores, o qual, em vez de utilizar o mouse e o teclado, atenderia às ordens vocais do usuário.

Idealizado e desenvolvido ao longo dos últimos seis anos, o Coruja Navigator foi desenvolvido com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e permanece em constante aperfeiçoamento, tendo à frente uma equipe de oito pessoas, entre estudantes de doutorado, mestrado e iniciação científica. O software utiliza uma mecânica de "cenários" que se ajustam à situação conforme é submetido. Por isso, se o computador estiver no desktop, ele vai tentar adequar o que você falar àquele ambiente, por exemplo: ao chamar "menu iniciar", o menu irá abrir. Ao abrirmos uma página da internet, um novo cenário será identificado e irá responder a comandos, como: voltar, atualizar, ir para a página.
Segundo Aldebaro Klautau, essa mecânica de cenários foi desenvolvida para que o Programa não se confunda em suas funções. "O software tem que entender em que cenário se está no momento em que se dá o comando ‘vá para a direita’. É o mouse que deve ir para a direita ou é, por exemplo, o cursor de edição de texto?", exemplifica o professor.

Apesar de já ter uma versão completa lançada, disponível no site www.laps.ufpa.br, o Programa será alvo de constantes atualizações pela equipe. O próximo passo é conseguir desenvolver uma forma de utilizá-lo com um discurso natural, direto, sem precisar ditar letra por letra como é feito hoje.
Atualmente, a produção de um artigo mais longo é demorada e cansativa, pois só pode ser feita de duas maneiras: ou o usuário dita letra por letra, ou utiliza palavras-chave que as representam, como explica o coordenador, "ao escrever uma carta, por exemplo, começa-se com ‘Caro amigo’. Em um módulo, dita-se C-A-R-O, e prossegue. No outro módulo, faz-se como na telefonia, usa-se uma palavra para representar a letra: Casa-Alfa-Rato-Ontem".

JORNAL BEIRA DO RIO - UFPA

Maio 2011


Nenhum comentário:

Postar um comentário